Ao passo que se reconfigura como atividade alternativa para geração de renda, o turismo, sob a égide do turismo comunitário, abre espaço, em seu bojo, para pequenas comunidades e comunidades tradicionais, cujos princípios de manutenção e forças propulsoras de desenvolvimento estão fundamentados nos aspectos culturais, nos laços de pertencimento e nas sinergias locais. Assim sendo, este estudo pretende contribuir para a compreensão do processo de adaptação e de participação de uma comunidade culturalmente diferenciada ao fenômeno do turismo comunitário e dar um alerta para a necessidade de considerar a identidade cultural das populações locais como bem patrimonial e como elemento a ser considerado no processo de planejamento da atividade turística. A comunidade de Filipa preparar seu território para o turismo e, para que a atividade aconteça de forma a contribuir com a manutenção do modo de vida e com a conservação cultural e ambiental, agregando valor à identidade quilombola da comunidade, é preconizada, como principio do turismo comunitário, a garantia da participação da comunidade.